quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CULTURA - CANDEEIRO, HOMEM EXPERIENTE.

Essa matéria foi enviada por nosso amigo Vandelson, da cidade de Buique. Vandelson é o atual Presidente do PSB-40, em Buique. 
Após ler a história de vida de Cangaceiro Candeeiro, talvez você pense: 
"Será que Candeeiro estava com Lampião, quando o bando invadiu Serrinha?"
No dia que eu encontrar professor Vilela, vou perguntar sobre Candeeiro.
Boa leitura.
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Eliza Dantas falou da História  do seu pai o candeeiro confira:


“Candeeiro”
     Nasceu no dia 06 de outubro de 1914, na Fazenda Lagoa do Curral, perto do  rio Mororó, em São Domingos- Buíque-PE;
          Filho de José e Eliza;
          É o terceiro de 05 irmãos;
          Foi também vaqueiro,seringueiro, candango,agricultor,comerciante;
          É conhecido como “SEU NÉ” e famoso como “CANDEEIRO”.
                Manoel Dantas Loyola

                    Manoel Dantas Loyola, o “Candeeiro”, hoje um sertanejo como muitos outros deste torrão sofrido e abandonado.Mas um fato nessa história o faz diferente.

O apelido de Candeeiro quem deu foi Virgínio, cunhado de Lampião.
    Manoel Dantas Loyola não foi o primeiro a ganhar esse apelido.Antes outro cangaceiro já havia sido chamado assim.
        Era costume no bando,quando morria um cangaceiro, outro que entrasse receber como nome de guerra a alcunha do falecido.
Foram 2 anos no cangaço, muitas lutas, sofrimento, corre-corre, emboscadas, fugas.
               A vida naquele tempo não era fácil.
               No fatídico dia 28 de julho de 1938, na Fazenda Angico, município de Pedra da Folha,Estado de Sergipe, no epílogo do cangaço, onde foram covardemente mortos e degolados Lampião, Maria Bonita e mais 9 cangaceiros,”Candeeiro” estava lá, foi testemunha ocular de todo o acontecido, conseguiu furar o cerco e fugir.
Ferido no braço direito, passou três meses no mato,sendo tratado pela farmacopéia do cangaço; o “cirurgião” era outro cangaceiro o Zé Sereno;Entregou-se junto com outros companheiros,em outubro de 1938, em Jeremoabo-BA.
Depois de Angico, se entregou, esteve preso,mas logo saiu do cárcere;sendofeirante em Salvador, Fortaleza...Não teve paciência para esperar o emprego federal, prometido pelo então presidente Getúlio Vargas, a todos os ex-cangaceiros recuperados, ou talvez seu jeito aventureiro falou mais alto,pois foi bater no Acre, época do ouro da borracha,tornou-se “soldado da borracha”, ou seja,seringueiro; teve malária 3 vezes...aventura e sofrimento. Foi seringueiro durante 7 anos,porém o   espírito aventureiro e trabalhador, o empurrava para desbravar outras terras...Em 1953 voltou para seu “torrão”,plantou milho, feijão, palma... Exímio agricultor! Foi para São Paulo em 1956, tirou a Carteira de Trabalho, trabalhou como servente na construção civil, ficou por lá um tempo; soube da grande notícia:A CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA!Foi então para Goiás;carteira assinada,02 de maio de 1959: servente;candango...
A saudade falou mais forte! Voltou! Casou            
com D.Lindinalva Paes, no dia 28 de setembro de
1968; tem 5 filhos e 5 netos;
Hoje, com seus 96 anos está,graças a Deus, 
por aí contando a história, através de diversos
documentários, reportagens e pesquisas
espalhados pelo Brasil, França, Itália,
Bélgica,mundo afora...
 
Mora na Vila Guanumby no
Sertão Pernambucano, sempre atencioso  com
pesquisadores, curiosos,quem bate em sua porta
à procura de informações  sobre o cangaço; tempos remotos, mas que ainda permanece no pensamento das gerações;daqueles que se encantam com a sua cultura; Manoel Dantas Loyola, o “Candeeiro”  é exemplo de cidadão honesto; é precioso como pai...e a mensagem que deixa para os jovens é que nunca pratiquem a violência, estudem para ter um futuro melhor e respeitem para serem respeitados. 
 
 da redação : 
SANDRA SILVA

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